31 de mar. de 2005

Hipocrisia - 2

Olá Fabiano, olá pessoal.

Obrigado por seu comentário. Deixa eu desdobrá-lo em duas partes:

a) Hipocrisia:
Gostei de saber que pelo menos um exemplar da "macholândia" concorda comigo sobre esta questão, principalmente com relação à traição (de ambos os sexos).

Se bem que eu não posso falar muito, pois muitos (se não a maioria) dos meus clientes é casado e "usa" os meus serviços. Como profissional, não posso recusá-los. Mas se eu fosse "careta" e meu parceiro me traisse (mesmo com uma profissional), acho que não teria um sentimento muito nobre em relação à ele... acho que esse é um dos motivos pelos quais tive poucos relacionamentos estáveis em minha vida.

O sexo descompromissado é, para mim, uma maneira de ter prazer sem ter o envolvimento. Nas poucas vezes que me envolvi emocionalmente com meus parceiros, era de um ciúme incrível... meio contraditório, não??? Mas quem disse que mulher é um bicho simples de entender??? ;o)

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b) Religião:
Concordo contigo, tanto que me considero uma pessoal religiosa (eu citei "espiritualista" no post), apesar de não seguir nenhuma religião específica.

Prefiro bater meu papo à sós com este Ser Cósmico que tem muitos nomes (Deus, Jeová, Alá, Grande Arquiteto do Universo etc) do que ter o compromisso de ir à uma igreja ou templo e ficar fazendo uma carinha de santinha que definitivamente eu não sou... Afinal, sou contra a hipocrisia, conforme o post.

Beijão.
Anika

7 comentários:

Anônimo disse...

Ola Anika,
Encontrei seu blogger por acaso na net e não parei de ler até agora. Realmente, concordo com o Fabiano, é muito interessante, relatos verìdicos de uma garota de programa que realmente sabe escrever e prender a atenção do público. Està de parabens, espero que continue com seus relatos com mais freqüencia pois estarei sempre lendo. Com relação ao seu ùtimo post, queria fazer uma pergunta pois fiquei curioso... responda se quiser.
Nos seus relacionamentos, seus companheiros sabem sua profissão, como você lida com isso ? Voce acha que da para levar uma relação nestes termos ?

Yuri

Anônimo disse...

Ola Anika,
Encontrei seu blogger por acaso na net e não parei de ler até agora. Realmente, concordo com o Fabiano, é muito interessante, relatos verìdicos de uma garota de programa que realmente sabe escrever e prender a atenção do público. Està de parabens, espero que continue com seus relatos com mais freqüencia pois estarei sempre lendo. Com relação ao seu ùtimo post, queria fazer uma pergunta pois fiquei curioso... responda se quiser.
Nos seus relacionamentos, seus companheiros sabem sua profissão, como você lida com isso ? Voce acha que da para levar uma relação nestes termos ?

Yuri

Anika disse...

Oi Yuri

Mantive um relacionamento estável apenas uma vez desde que me assumi como uma GP. Eu não tinha como esconder muito minha condição, tendo em vista que meu parceiro também era do ramo. Assim, um sabia perfeitamente o que o outro fazia, mas sabíamos também separar o lado profissional de cada um. Por isso, não rolava ciumes ou algo do gênero.

Anônimo disse...

Li seu blog. É curioso. Ainda não entendi como justificou sua atual atividade (louca por sexo). Raras vezes encontrei uma mulher que se sentisse confortável com essa atividade. Devo dizer que nada tenho contra, muito pelo contrário. Acho até muito importante. É um serviço social como poucos, que pode encaixar as coisas nos lugares, na cabeça de muita gente.
Entretanto, o fato de conciliar necessidades econômicas com a vontade de sexo não deveria ser o seu caso, pois afirmou que tem herança, da qual pode viver bem. A vontade de sexo seria, a meu ver, muito melhor resolvida se você escolhesse seus parceiros - e os seduzisse, até o ponto de eles aceitarem pagar. Seria como juntar a fome com a vontade de comer - e comer bem...

Será que gosta do risco, ou de surpresas (agradáveis ou não)?

Achei também que tem um juízo severo demais com relação aos homens que te procuram. Se para você o sexo descompromissado é aceitável, por que então os "compromissados" têm de se manter como frades franciscanos (os verdadeiros), em sua vida monogâmica? Não poderiam eles também ter o direito de ser fiéis a si próprios, desde que isso não pusesse em risco suas vidas familiares?

Ha ha, a única explicação possível seria essa: se assim fosse (como eu sugiro), então todo o mundo estaria na fuzarca sempre que tivesse vontade, e as call girls desapareceriam (para quê, se ninguém tivesse de se preocupar com os rigores sociais?). Todos trabalham, no fim das contas, com o sentimento de culpa dos outros, né?... É uma mercadoria fantástica, a tal da culpa.

Acho ótimo que tenha tido a idéia de fazer o blog. Deve ser um instrumento de auto-conhecimento bem legal. Mesmo que não esteja se expondo publicamente, porque sua identidade não é conhecida, ainda assim está se expondo, e isso só pode dar certo, se mantiver a exposição dentro de certos limites.

Anika disse...

Olá meu amigo anônimo.

Como diria o nosso amigo Jack Estripador, vamos por partes...

a) Acho que posso justificar minha atividade com algumas dicas. Primeiro, busca de aventura. Cada dia é um dia diferente, cada cliente é diferente, cada situação é diferente. Segundo, por que o fato de haver a "negociação" já é um fator importante para aumentar o meu tesão... E por aí vai.

b) Não, meu caro. Não caro que todos sejam frades franciscanos... Apenas não gosto de hipocrisia. Se vc ler o meu post anterior, talvez vc entenda por que eu estou falando disso. Acho realmente muita hipocrisia o cara procurar uma puta na quinta a noite e na sexta estar num lugar de destaque numa procissao, como se fosse o maior santo do mundo.

c) Meio de autoconhecimento? Até pode ser... não tinha visto por este angulo ainda...

d) Com relação à minha identidade, pode deixar... vou continuar postando de maneira a preservá-la. Tenho meus motivos para tal. Um deles é o mais básico de todos: Já pensou vc me contratar e no dia seguinte descobrir que eu descrevi toda nossa transa??? ;o)

Acho q vc nao iria gostar... ;o)

Beijinhos.

Anônimo disse...

Ok, então a resposta está na hipótese b), o gosto do risco, da surpresa; a aventura, enfim. Com certeza, não há melhor estimulante.

Mas será que consegue filtrar bem os primeiros contatos? E o que faz quando percebe que, atravessada a porta, se sente numa roubada, ou que o cliente não tem o menor atrativo? Encara? Por isso sugeri a hipótese do sexo como a deliciosa recompensa do jogo de sedução mais elaborado, como o faria uma cortesã de séculos passados. Ou será que seu negócio é mesmo o "esporte extremo"?

Mantido o anonimato, acho que não me incomodaria se descrevesse uma transa nossa, como diz. Se houvesse boa química, poderia até ser interessante conhecer a maneira como expressaria isso, depois.

Acho que um lance desses com alguém que a gente acaba de conhecer pode ser mais ou menos como um comercial bem feito: em 30 segundos, tem de atrair a atenção, cativar (no sentido da entrega) e deixar um gostinho de "quero mais". Em 3 horas, poderia acontecer uma revelação, dessas de durar a vida inteira...

Shall we dance?

Anika disse...

Oi Anônimo... Posso te chamar de Zé?? Fica mais fácil... ;o)

Olha, roubadas sempre tem. Faz parte da profissão. Atire o primeiro batom a puta que nunca entrou numa fria.

O segredo está na forma de tratar cada roubada dessas. Já peguei cliente bêbado de não saber onde era a porta do apartamento, já peguei gente "cheirada", já paguei idosos que nem com viagra, já levei cano, já cheguei num apto. e ao inves de encontrar um cliente encontrei quatro... ;o)

Sabe, acho que é justamente este "mistério" que me atrai. E não pense que isso tende a me afastar do negócio. Muito pelo contrário.

Quanto à fazer o comercial, bom... isso vai de cada uma, né?? Eu tento, de todas as maneiras, fazer com que o cliente, seja ele quem for, tenha o prazer na medida do que ele está pagando. É frequente que eu não tenha orgasmos numa relação destas, mas eu faço ele acredita que estou gozando e que estou adorando a foda, por mais merreca que ela tenha sido. Com isso, sempre tenho clientes que me chamam de volta.

;o)

Yeah!!! I Love dance...