Estou cansada.
Exausta.
Por que já atendi quatro clientes.
E não são nem duas da manhã.
E agora aparece o quinto.
Saco. Logo hoje que eu tô cansada.
Mas vida de puta é assim mesmo.
Ainda mais puta de inferninho.
Mas me esfoço.
Dou um sorriso, pego a chave do quarto e entro.
Tiro a roupa, mecanicamente.
Ajudo-o a se despir, também mecanicamente.
Credo, que cheiro de suor.
Em outra ocasião, eu ficaria excitada.
Cansada como estava, senti apenas nojo.
Coloco-lhe uma camisinha e deito na cama.
Se quiser, vai ter que ser papai-e-mamãe.
O cara se atira à função.
Mete de qualquer jeito, mas não reclamo.
Mas que cheiro de suor do caralho!!!
Sinto ele bombar com gosto, mas não sinto nada.
Nem tesão. Apenas nojo.
E ali, sendo penetrada, comida, fodida, me dei conta.
O nojo era comigo mesma.
Por estar ali, naquele antro.
O cara goza, gemendo, mais suado ainda.
Ele levanta-se e vai embora
E eu fiquei ali, deitada, nua.
Com nojo.
Nojo de mim mesma.
Me arrumei, peguei minha bolsa e saí.
Fui embora sem nem pegar o dinheiro da noite.
Minha última noite no inferninho.
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Depois que escrevi sobre o inferninho que trabalhei (post abaixo), resolvi mostrar como foi minha saída.
Depois deste episódio eu fiquei três meses sem fazer nenhum tipo de programa. Foi uma quarentena auto-imposta, para recolocar minha cabeça no lugar e voltar a pensar, não a reagir com a buceta. Sim, por que não é só o homem que pensa só com a cabeça de baixo. As mulheres também podem sofrer do mesmo mau...
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