28 de jan. de 2008

Viagem - II

Oi Amigos

Fiquei a semana toda fora, viajando a serviço. É o tipo de serviço que eu A-D-O-R-O fazer. Fui contratada por um lobista paulista e que atua em Brasilia, a serviço de uma grande empreiteira nacional. Esta empreiteira está participando de uma série de concorrências para as obras do famigerado PAC e este lobista atua tentando fazer com que as concorrências sejam "direcionadas" para a empreiteira dele.

Para fazer este serviço ele tem que fazer um trabalho de "convencimento" com funcionários de alto escalão dos ministérios. Este "convencimento" pode ser traduzido de várias formas:

a) Presentes caros;
b) Ingressos para shows e espetáculos;
c) Passagens aéreas (quando não pacotes de viagem completos);
d) Jantares em restaurantes exclusivos;
e) Pagamento de "momentos de lazer" (aqui que eu entro);
f) Propina, pura e simples.

Resumindo, fui contratada para ficar acompanhando o lobista por seu giro em Brasilia e para servir de "isca" (ou "jantar", se preferir) para estes funcionários. Durante as reuniões ele convidava o funcionário para jantar e deixava claro que eu estaria junto. Os jantares sempre eram no restaurante do hotel onde estávamos, o que facilitava para mim servir a "sobremesa" (ou seria sobrecama???) para o dito. Nestes jantares eu sempre me vestia de forma sensual e sofisticada, sem ser vulgar (vestidos com fendas, decotes profundos, salto altíssimo etc). Durante o jantar o lobista fingia que ia ao banheiro e me deixava sozinha com o cara, onde eu lançava a cantada do tipo, "se você nos ajudar, posso te proporcionar uma noite de diversão". Claro que não com essas palavras, mas o recado era esse. E sempre funcionava. Fiz isso de terça a sexta. No sábado eu fiz uma "hora-extra" à tarde com o cara de quinta-feira que pediu uma nova "amostra grátis". E no sábado à noite eu fui para cama com o secretário executivo de um ministério (para quem não sabe, é apenas um degrau abaixo do ministro).

Agora, falando sério: Brasilia é uma cidade linda. Tem um astral diferente das outras cidades. Mas é, sem dúvida nenhuma, a cidade mais devassa do Brasil. Que me desculpem os trabalhadores honestos da cidade, mas parece que lá tudo está a venda. As negociatas são tratadas de forma descarada. Os caras nem se preocupam mais em saber se o interlocutor possa ou não ter uma câmara escondida ou algo semelhante. Isso é o que dá ficar controlando um dinheiro que não é seu (do funcionário), mas de nós, os patos, que pagamos nossos impostos...

Bjs.

6 comentários:

Anônimo disse...

querida Anika

ja estive em brasilia tambem , mas faz muito tempo e realmente o ar de lar é diferente ....é quente e seco...a cidade toda parece flutuar na horizontal...salvo os grandes edificios dos ministerios que parecem cercar toda a regiao....

Hummm e ter voce como isca...deve ter sido o sonho de muitos peixes nesses dias hein...Preciso me tornar empresario logo..rsrs

Queria ter entendido mais sobre a amostra grátis...nao sabia que voce fazia...Apesar que acredito que pra conseguir essa amostra não é uma coisa facil de se conseguir

Bjaum enorme querida

Anika disse...

Oi Dé.

O "amostra-grátis" deve ser entendido de outra forma. Eu fui contratada full-time pelo lobista. Fazer ou não o meu oficio era apenas uma questão de oportunidade e/ou necessidade.

No caso, o cara foi o único que "faturou" duas vezes. A primeira foi logo após o jantar e a segunda no sábado à tarde. Isso não quer dizer que não foi cobrado. Foi sim, só que sempre do lobista. Foi grátis para o burocrata, mas não para mim. Eu recebi e muito bem pelo serviço.

Anônimo disse...

Olá Anika

Vejo que teve umm viagem divertida.
Sópara ter uma ideia, quanto vc cobra por um "Full time" desses?

Beijos!

Anika disse...

Normalmente R$ 900,00/dia. Mas neste caso eu coloquei uma pequena "sobretaxa". Cobrei R$ 1.000,00/dia, além de todas as despesas pagas.

Bjs.

Anônimo disse...

Não gostei Anika, esses caras deviam se foder, e não foder com vc. hehehe

Mas entendo que trabalho é trabalho.

p.s.: entendi errado ou o lobista mesmo nem te comeu?

Anika disse...

Oi Jean_Luc

Só agora vi sua pergunta. E a resposta, por incrível que pareça, é: não, ele nem tocou em mim.

Isso é que é profissionalismo... :o)